/odzialEksika/: setembro 2009

Curtinhos!

Ficar ao sol
pensando na vida
já não se pode mais.
É proibido sonhar
nos tempos de hoje.

Observo a natureza
imaginando o dia
em que estarei nos braços
de meu amado.

Sol e lua
dia e noite
eu e você.

Pitangeira a balançar
abre-se para o vento passar
brilha com a luz do sol...

Beija-flor
pequenino ser
de imensa beleza.

Os pássaros cantando
o vento passando
a natureza dando o seu recado.

Por quê?

Tanta desgraça
tanta tristeza
tanto sofrimento
o porquê disso tudo?
talvez para nos aproximarmos
mais de Deus
talvez para enterdermos
que somos mortais,
que estamos aqui
só de passagem.
tento compreender
mas, percebo que é demais
para minha singela mente
olho para um lado
olho para o outro
só encontro tristeza
doenças, mortes,
melancolia...
parece que tudo
se encaminha
para o fim
não sei o que fazer
não sei com reagir
lágrimas já não são
mais suficientes
súplicas não bastam
necessito de algo maior,
de alguma força
força essa
que me motive
a continuar minha jornada
mas aonde encontrá-la?
na fé?
no amor?
em meu 'eu1 interior?
não sei...
só sei que estática
não posso continuar
Acredito em Deus
Amo meus familiares e amigos
Gosto do meu 'eu' interior e
procuro melhorá-lo cada dia
mas, será que isso me basta?
sinceramente preferiria que todas
essas 'tribulações' acontecessem
comigo
para não ver ente algum meu
sofrendo, com dores, em pranto...
mas isso não é possível...
resta-me apenas
seguir minha caminhada
esperando....
esperando que tempos
melhores cheguem
desejando que a alegria
volte a reinar
lamento por nada
poder fazer....

Lacrimação

Derramo lágrimas
gotas de humor segregado
apenas
por que possuo
a faculdadede
de sentir
a qualidade
de sentir
isso porque tenho
consciência do
meu estado
sou um ser
perceptível.

A arte de fingir

O fingimento é uma arte difícil,
engenhosa, árdua
não é fácil fingir que não se ama
omitir a verdade
esconder sentimentos
disfarçar acontecimentos
é duro, é penoso
ter que ludibriar o coração,
fazê-lo entender
que o outro não pode
ser seu
fingimento, às vezes
dói, machuca
deixa marcas
em nossa alma
as feridas saram,
mas as cicatrizes
permanecem...
permanecem
para mostrar a todos
que esse ser
foi e para
sempre será
um Fingidor.

Amantes da noite

Nesta noite sombria
ouço grilos ao longe
eles acalmam meu medo
meu medo de escuridão
medo da noite
medo do obscuro
medo do desconhecido
medo da morte.
Aos poucos esse sentimento
vai-se embora
e fica minha admiração
pelos meus salvadores
os grilos.

Essencialmente descritiva

Descritiva sou,
adoro descrever
o que vejo
o que sinto
o que penso
o que sou...
descrevo objetos,
pessoas,
sentimentos,
sonhos,
lugares,
acontecimentos...
descrever
adoro descrever
essa tal descrição
me rendeu
até um poema,
este aqui
que intitulo
a descrição da minha descrição.

'Leia de baixo para cima'

Só.
fim
terminou
pronto
acabando
está quase
um pouco
só mais
caderno
do meu velho
em brancas
as linhas
apenas preencher
talvez
sei não!
qual o objetivo?
para cima
de baixo
que se inicia
Poema abstrato

(In)sensibilidade

Sou sensível demais
Sinto a dor do outro
percebo o sofrimento
do irmão
a tristeza no rosto
de cada um
as mãos calejadas
o semblante cansado
o corpo desgastado
os cabelos brancos
a pele queimada
os pés rachados
o coração
em prantos
e ainda
sou tachada
de 'anormal'
anormal
são aqueles
que vendo
tudo isso
nada sentem
acham 'normal'
essa falta de
sensibilidade
para mim
isso tem outro nome
chama-se ausência de Amor
nada mais.