Estranhamente

Me senti estranha...
fraca, frágil
incapaz
Por quê?

Precisei chorar
pra me acalmar
Precisei orar
pra dor passar

Donde veio
essa sensação?
agora, me sinto
estranhamente calma

Será que é remorso?
Será que é dor
que desatina sem doer?
Será que é medo?
Não sei, não sei, não sei
Só sei que já passou
Nada mais.

Eu não existo

Sofro diariamente...
as lembranças do passado
me torturam
as memórias
me atormentam
o que fui?
da onde vim?
sempre me incomodam
estas perguntas.

Não sei o que fui
nem donde vim.
Parece que sem ter
estas respostas
eu não posso ser,
ser alguém

Hoje...
eu não existo,
naõ posso existir
porque não fui

Talvez, se um dia
descubrir quem eu fui
da onde vim
eu poderei existir
eu poderei ser alguém
...

Porque hoje
Não posso
Não sou
Não vivo
Não existo.

Memorável pretérito

Retrocedemos
...
e agora,
o que fazer?
Ninguém sabe..
Terá que se voltar
ao passado
E resgatar os velhos hábitos
E os que não os conhecem?
Terão que aprendê-los
Porque agora
estamos no pretérito.

E o que tem de se fazer?
Agir como se fazia na época
Abra sua mente
e recorde o que eras
e ajas como tal
Porque só assim
poderás viver nesse hoje.

Talvez seja só
por algumas horas
ou alguns dias
não muito mais que isso.
Resgate a memória
dos antepassados
e Boa sorte,
meu caro.

Escrevendo....

Estou escrevendo
pra ver se
a mente se aquieta
Se a alma
descansa
Se o coração
se acalma
Pra ver se eu volto
a ser como d'antes.

Não sou...

Madame Bovary
Marília de Dirceu?
Menos ainda.

Iracema também não.
Quem sabe... Mônica
mas falta a aula de pintura,
a ioga...

Guiomar?
Não!!!
Carlota?
Tampouco.

Talvez um pouco da mulher
"Guiando o povo"
de Delacroix

Talvez a ânsia de escrever
de Florbela Espanca

Talvez com um ritmo de vida
semelhante ao ritmo de pintura
de Van Gogh


...

Haicais

No horizonte altivo
Raras nuvens
Vento inesperado.

Céu límpido
bola laranja fluorescente
Início da jornada.

Coqueiros balançando
tapete de cocos
passarinhos bicando.

Ranna

H2O
Anfíbios
Vibrações